sábado, 1 de janeiro de 2011

01 de Janeiro

01.01.2011 - Assistindo as duas versões de Lolita no computador
      Se teve um livro que me marcou muito em 2010 foi Lolita. Desde que terminei de ler estava com vontade de ver o filme, mas nunca encontrava para locar. Resolvi então fazer o download das duas versões e compará-las a minha própria impressão do livro. Por mais que ambas sejam extremamente parecidas com o livro, são muito diferente entre si. Na primeira versão, de 1962 dirigida por Kubrick, quem mais me cativou, por incrível que pareça, foi Charlotte. Ela era exatamente como imaginei ao ler o livro e até cheguei a sentir pena dela em alguns momentos. Além disso, Clare Quilty toma personalidade no filme e as suas cenas são os momentos mais engraçados, o que me fez simpatizar com ele. Lô e Humbert Humbert parecem saltar das páginas para a tela. Fisicamente eles podem não ser como eu imaginava - principalmente esse cabelo loiro com laquê da Dolly, really - mas cada palavra, gesto, é tão, tão... idêntico. Usando as palavras de uma amiga, em alguns momentos você chega a pensar que na verdade foi o autor do livro que descreveu os personagens do filme, e não o inverso. Na versão recente, de 1997, Lolita é muito mais ousada. Se no filme de Kubrick não há sequer um beijo - o que foi uma pena perder o primeiro beijo deles logo antes da ida ao acampamento -, nesse não há apenas beijos como cenas de sexo. Além disso, a atriz que interpreta Lô tem a aparência muito mais jovem, como a menininha de 12 anos sobre a qual lemos no romance. Essa versão também é muito mais fiel ao livro, com mais cenas e muitos diálogos e narrações extraídos diretamente das páginas. Apesar disso, a Lolita de 1997 perde em graça para a de 1962. Ela é desengonçada, usa aparelho dentário e vive com os cabelos presos em tranças no alto da cabeça, que foram coisas que me irritaram profundamente ao ver o filme.
      No final, fico com a versão antiga. Apesar de algumas invenções de Kubrick ele foi capaz de me provocar do mesmo jeito que Nabokov o fez. Senti falta das cores vivas que eu imaginava ao ler, mas a essência do livro ainda está ali, assim como toda a margem para dúvidas, julgamentos e questionamentos que não  pode faltar em uma adaptação de um livro que é, simplesmente, feito disso.

Um comentário:

  1. aaaaahh, eu adoro o de 97. Principalmente pelos motivos que fizeram você odiar a Lolita dessa versão UAHSUIAHSAUIHS
    fala sério, a de 62 é toda precoce no jeito de ser. Tudo bem que ver as cenas de sexo de 97 com uma atriz que REALMENTE é uma criança é meio nojento, MAS, faz parte da vida, fazer o quê?
    Leia-se também que a amiga citada no texto só pode ser eu. Quem mais é obcecada por Lolita, né, Mayara? :D

    ResponderExcluir

Obrigada pela visita :D